quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Foi um ótimo domingo em família. À noite, fomos a casa de seus pais. Você estava ansioso para comunicá-los sobre nossa união. Denise havia saído com Alex e Augusto, também, não estava. Seus pais estavam sozinhos e ficaram muito felizes com nossa visita. Você começou a falar, em tom solene:
- Pai, mãe, eu gostaria de fazer um comunicado a vocês. Eu decidi me unir a esta linda moça que me acompanha e que, ultimamente, está sempre ao meu lado, nos bons momentos e nos que não são tão bons, também. Ela conseguiu derreter o gelo em que meu coração havia se transformado e resgatou em mim, um homem que eu jamais pensei em ser.
Eu sorri para você e entrelacei meus dedos entre os seus. Você beijou minha mão. Seu Otávio permanecia sério, Dona Isabel sorria, mas seus olhos estavam marejados de lágrimas.
- Filho, estou feliz porque vejo o amor entre vocês. Quando você falou da Camila, pela primeira vez, eu me preocupei. Depois, quando a conheci, e a família dela, notei a educação que eles deram a ela, e percebi que você tinha tirado uma sorte grande. Desde o primeiro dia, que a conheci, eu percebi que ela olhava pra você cheia de amor. Ia depender de você, deixar-se conquistar por esse amor. Porque ela estava disposta a conquistar você e seu amor.
- Nossa! Dona Isabel, eu fui tão transparente assim?
- Não, minha filha, é que o amor deixa as pessoas, principalmente nós mulheres, com uma aura iluminada. E se você fosse uma impostora, dissimulada, meu faro de mãe detectaria logo. Vou dizer uma coisa pra você, Camila. E olha que sogra não costuma falar essas coisas, mas você é um presente dos deuses para o Gustavo.
- Fico muito feliz com sua aprovação, Dona Isabel. O Gustavo é que tudo de bom pra mim. Se eu sonhasse com um príncipe encantado, como nos contos de fada, ele não chegaria a ser metade do que o Guto é.
- Pai, o senhor não vai falar nada?
- Sua mãe, também, fala por mim, filho. Eu gostei da Camila desde o primeiro dia. Aliás, isso foi unanimidade aqui em casa. Sabe por quê? Porque todos nós notamos a sinceridade dela. E você é sim, transparente, Camila. Você nunca conseguiria mentir, fingir algo que você não é. Seria uma péssima advogada de defesa, se não estivesse convicta da inocência do seu cliente. Ou seria uma péssima promotora, se não estivesse convencida da culpa do réu.
Seu pai tinha de lembrar da profissão que eu estava prestes a largar. Baixei os olhos, você me abraçou. Ele continuou:
- Menina, você conseguiu o quê algumas mulheres, mais experientes que você, tentaram e não conseguiram, derreter o coração de pedra e gelado deste meu filho. Ele, hoje, é outra pessoa. Graças a você, ele voltou a ser uma pessoa melhor. Até conosco, da família, ele é mais carinhoso, mais afetuoso. Eu só espero que vocês não arraste este noivado por muito tempo.
- Pai, por mim, acabaria hoje mesmo, eu já queria levá-la pra minha casa, mas não é certo. Os pais dela, também, não iriam aprovar.
- Não precisa exagerar, Gustavo. Precisamos reunir as famílias num jantar ou almoço para oficializar.
- Se a Denise não se incomodar, poderemos chamar a família do Alex, também. Claro, se vocês dois não se opuserem. Oficializaremos os dois noivados, dos nossos dois filhos. - sugeriu Dona Isabel.
- Eu gosto da idéia, Dona Isabel. Por mim, tudo bem. Guto?
- Também, não me oponho. Se a Dê e o Alex toparem sua sugestão, mãe, pode marcar.

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