Longe de tudo o que estava acontecendo, e alheios a qualquer coisa, Sandra e Lúcio, tomavam café, após o almoço.
Sandra estava muito feliz; tudo, na sua vida esforçada e batalhadora, estava começando a dar certo. Tinha acabado de formar-se em Direito, estava estagiando e prestes a assumir a vaga de assistente no escritório de advocacia, no lugar de Mila, que ia dedicar-se, durante algum tempo, exclusivamente, ao filho e ao marido. Seu noivo, Lúcio, havia sido promovido e ia muito bem na profissão. E resolveu marcar logo a data do casamento.
Era uma data comemorativa para ambos, tanto que resolveram sair da cidade e buscar um refúgio tranquilo. Não queriam ser importunados. Iriam passar a tarde juntos numa bucólica cidadezinha. Alguém, no restaurante, soube do incêndio e resolveu ligar a televisão do estabelecimento. Logo, a atenção de todos, no local, voltou-se para o trágico fato.
- Sandra, parece o prédio em que você trabalha - notou Lúcio.
Sandrinha levantou-se e aproximou-se do televisor.
- Meu Deus! Lúcio, não parece, é o prédio onde trabalho.
Ela começou a tremer. O noivo a abraçou e a conduziu de volta a mesa.
- Calma, San. Você está aqui e está bem.
- Sim, mas eu poderia estar lá. E as pessoas que trabalham comigo? Deus, a Mila, grávida... Dr. Arnaldo, Dr. Felício... mesmo aquela novata de nariz empinado... Tomara que estejam bem, que não tenha acontecido nada com eles!
- Por que você não liga pra alguém? Assim você fica sabendo.
- É o que vou fazer...
Sandra tentou o telefone de Mila, sem sucesso. Resolveu ligar para o Dr. Arnaldo, que ainda estava com o Dr. Felício, na Associação Comercial. Soube que ninguém tinha notícias de Mila, de Gustavo e da novata Márcia.
- Que bom, Sandra, que, pelo menos, eu sei que você está bem. Pior, é que ninguém sabe da Camila e do Gustavo. Os telefones deles não atendem e os pais deles estão juntos, aguardando por notícias, angustiados. Também não sei da Dona Márcia. O Felício está tentando alguns contatos para ver se descobre o paradeiro de todos.
- Por favor, Dr. Arnaldo, se o senhor souber de alguma coisa, por pior que seja, me avise. Eu e o Lúcio vamos voltar para a capital.
- Espero não ter notícias ruins, mas qualquer coisa, eu informo.
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