O sol já ardia quando acordei. Atordoada, levei alguns instantes para me dar conta de onde estava e do quê tinha acontecido. Estava só, nua, coberta por um lençol macio de seda, numa cama estranha. Vi minhas roupas arrumadas numa poltrona, meus sapatos estavam ao lado. Pensei em me levantar, me vestir e ir embora. Senti um aroma de café invadir o ambiente. Logo em seguida, você apareceu, lindo, com um 'robe de chambre' de seda, trazendo uma bandeja com café, suco de laranja, torradas, manteiga e geléia. Ainda meio zonza, sentei-me na cama.
- Bom dia, minha princesa. Queria fazer um café da manhã melhor, mas foi o que pude fazer. Dormiu bem, querida?
- Bom dia, amor. Dormi o sono dos deuses. Não vi você quando acordei, pensei que tinha me deixado sozinha.
- Imagine que eu ia abandonar você, deixá-la sozinha! Que idéia! Estava fazendo café pra acordar você.
No meio da bandeja de café, havia uma pequena caixa aveludada vermelha.
- O que é isso?
- É pra você. Eu ensaiei pra lhe dar isso ontem durante o jantar, mas tudo entre nós aconteceu de um jeito tão...
Abri a caixa, havia uma corrente de ouro com um pingente em forma de coração, onde estava gravado "Eu te amo", do outro lado, seu nome. Sorri. Você continuou:
- Você pode achar brega, não vou querer que você use isso, só guarde. Era dessa forma que eu ia me declarar a você.
- Gustavo, não precisava disso pra me falar do seu amor. Eu amo você demais, já falei pra você e não vou me cansar de falar. Eu não tinha certeza que viria acabar a noite na sua cama. Eu queria, mas não sabia o que iria acontecer e se iria acontecer.
- Eu tinha certeza que conseguiria trazer você pra minha cama.
- Pretencioso, convencido!
- Mas não sabia quando, querida! Eu queria tanto você, que ia ficar insistindo. Iria criar desculpas esfarrapadas pra trazer você aqui.
- Engraçadinho!
- A verdade, Camila, eu não esperava que você viesse pra cá. Eu já havia convidado você, uma vez, e você foi tão categórica no seu 'não', que me deixou sem jeito de convidar você, novamente. Quando você disse que eu poderia levar você pra qualquer lugar, eu entendi nas entrelinhas o que você estava insinuando, entendi que estava pronta para assumir uma nova situação.
- Sim, nós teríamos que nos acertar. Já não era sem tempo, né?
- Tenho mais uma coisa pra você.
- Você está cheio de surpresas, senhor Gustavo.
Você retirou do bolso do robe uma caixinha preta e colocou na bandeja, enquanto eu tomava um gole de suco de laranja.
- Abre, tenho certeza que você vai gostar.
Abri e encontrei um lindo par de brincos em ouro branco e safira.
- Gustavo, você...
- Quando nós fomos comprar o presente da Dê, notei que você gostou muito desses brincos, voltei na loja depois e comprei pra você.
- Não acredito! Você é maluco!
- Maluco por você, garota!
Passei um pouco de geléia numa torrada, ofereci a você, que deu uma mordida. Quando levei a torrada a boca, um pouco de geléia escorreu pelo meu queixo. Estendi a mão para alcançar um guardanapo. Você me deteve.
- Espere.
Você aproximou-se e lambeu a geléia do meu queixo. Fechei os olhos e senti sua boca quente pressionando a minha, sua língua a procura da minha. Deixei-me envolver no seu beijo cheio de paixão. Não demorou para estarmos, novamente, um nos braços do outro, abraçados, agarrados, entrelaçados. Deixamos a força desejo tomar conta de nós e de nossos corpos ardentes. Entregamo-nos, um ao outro, com muita volúpia, com todo o poder do nosso sentimento. Foi maravilhoso o prazer que experimentamos nessa entrega total e impudica.
- Você foi incrível, menina!
- Eu aprendo rápido, querido. E você me faz ser instintiva, meu amor.
- Ah! Ia me esquecendo. A Bia tentou falar com você, mas seu telefone cai na caixa postal, então ela me ligou, escondido de seus pais, disse que eles estão preocupados com você, que nunca passou a noite fora de casa.
- Agora que você me fala? Você falou que eu estava aqui?
- Não falei nada, mas sua irmã é esperta, ela disse: "não é da minha conta, mas se vocês estiverem num motel, é melhor deixar a brincadeira pra outro dia, meu pai está furioso."
- Não devíamos... Que horas são?
- Quase nove.
- É capaz de meu pai me matar. Sei que vou ouvir muito.
- Calma, Mila, você é maior, responsável, dona do seu nariz. Não precisa temer seu pai. Não se preocupe. Alguns minutos a mais não vão fazer diferença. Venha, vamos tomar um banho pra despertar. Vou levar você e vou acompanhá-la.
Você estava tranquilo, impassível, enquanto eu, já imaginava o que me aguardava. Sentia-me como uma adolescente, fugida de casa, para ir a um baile. Quando estava quase pronta, só faltando calçar os sapatos, você me abraçou:
- Tudo que eu disse a você, ontem à noite, eu reafirmo hoje. Amo você, minha menina.
- Você, agora, me fez sua mulher, meu amor.
- Eu sei, mas você vai ser sempre a minha menina.
Beijamo-nos.
- É melhor irmos, senão não sairemos daqui hoje.
Você riu.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Você me pegou no colo e levou-me pro seu quarto. Sentou-se na cama, fiquei sentada sobre suas pernas. Passei a mão em seus cabelos, levemente anelados, acariciei-lhe o rosto, macio, de barba feita. Tomei a iniciativa e beijei-lhe, suavemente, os lábios. E, novamente. Senti uma de suas mãos, sutilmente, abrir o zíper do meu vestido vermelho e alisar minhas costas. A outra mão, mais ousada, levantava meu vestido e acariciava minhas coxas. Segurei seu rosto, com uma de minhas mãos, e o beijei com sensualidade. Minha mão começou a procurar os botões de sua camisa e desabotoá-los, um a um, até deixar o seu peito nu e arranhá-lo, delicadamente, com as unhas. Você puxou meu vestido pelos ombros. Livrar-se, totalmente, dele foi fácil. Fiquei só de 'lingerie'. Deitei-me em sua cama. Era um convite para você juntar-se a mim. Queria você e queria ser sua. Você desfez-se da camisa, já totalmente aberta por mim, dos sapatos, das meias, da calça e deitou-se ao meu lado. Virei-me pra você, acariciei seu tórax e subi para seu peito e abracei você, por debaixo dos seus braços. Abraçamo-nos e beijamo-nos. Entreguei-me a você, de corpo e alma.
- Adoro seu bronzeado dourado - beijei seu pescoço e mordisquei a pontinha de sua orelha.
- Adoro sua pele macia de bebê! - você sussurrou no meu ouvido.
Depois, preocupado comigo, e tendo notado minha inexperiência, você indagou:
- Tudo bem?
- Tá, tudo.
- Por que você não me disse?
- Não queria influenciar você.
- Eu poderia ter sido mais cauteloso, ir mais devagar...
- Você foi perfeito. No começo, incomodou um pouquinho, mas depois foi muito bom.
- Eu não imaginava que você nunca... Eu ainda acho que deveria ter me contado.
- Já disse, não quiz influenciar. Me desculpa.
- Como assim, influenciar?
- Tá, eu vou contar. Tive um namorado, que eu gostava demais, as brincadeiras foram esquentando e quando chegou na hora H, eu contei, para ele, que eu era inexperiente. Ele ficou cheio de coisa, se eu tinha certeza, se queria mesmo, se ele era a pessoa certa, blablablá. Até que ele falou que preferia estar com uma pessoa mais experiente. Passou um tempão, antes que me envolvesse com outra pessoa. Eu gostava do rapaz, mas nem tanto quanto do outro. E a mesma coisa, quando chegou na hora dos finalmente, eu contei, mas ele não conseguia...você me entende, né? Tentamos mais umas duas vezes, mas ele não conseguia. Devia ter algum trauma, sei lá.
Você riu:
- Um 'expert' que queria aprender com uma garota experiente e um 'brocha', onde você encontrou esses caras?
- Vai ver que no mesmo lugar onde você encontrou a tal da Cíntia - respondi.
- Me desculpa, querida, não resisti. Essas pessoas pertencem ao passado e devem permanecer lá para sempre. Vamos deixá-las fora de nossas vidas e de nossa cama. Feito?
- Feito.
- Sei que insisti para você me contar, mas devia ter me contido. Depois disso, você não se envolveu com mais ninguém?
- Fechei-me para os relacionamentos. Tranquei meu coração e joguei a chave pela janela. Achei que não daria certo com mais ninguém, não queria saber de outra decepção. Mas alguém achou a chave que joguei fora e conheci um homem maravilhoso.
- E onde está essa maravilha? Vai me dizer que deixou você escapar?
- Não, não me deixou escapar, tanto que estou ao lado dele, em sua cama.
- Mila...
- Meu maravilhoso deus grego!
- Minha maravilhosa deusa do Olimpo, o importante é que agora você está aqui comigo, me fez e me faz o homem mais feliz do mundo, menina. Cada dia com você é uma emoção diferente. Cada dia, eu descubro uma mulher incrível. Eu te amo demais, Camila.
- Você sabe que também amo você, Gustavo. Ouvir você falar do seu amor e estar aqui com você era tudo que eu queria.
Nos beijamos, apaixonadamente. Permanecemos abraçados e adormecemos.
- Adoro seu bronzeado dourado - beijei seu pescoço e mordisquei a pontinha de sua orelha.
- Adoro sua pele macia de bebê! - você sussurrou no meu ouvido.
Depois, preocupado comigo, e tendo notado minha inexperiência, você indagou:
- Tudo bem?
- Tá, tudo.
- Por que você não me disse?
- Não queria influenciar você.
- Eu poderia ter sido mais cauteloso, ir mais devagar...
- Você foi perfeito. No começo, incomodou um pouquinho, mas depois foi muito bom.
- Eu não imaginava que você nunca... Eu ainda acho que deveria ter me contado.
- Já disse, não quiz influenciar. Me desculpa.
- Como assim, influenciar?
- Tá, eu vou contar. Tive um namorado, que eu gostava demais, as brincadeiras foram esquentando e quando chegou na hora H, eu contei, para ele, que eu era inexperiente. Ele ficou cheio de coisa, se eu tinha certeza, se queria mesmo, se ele era a pessoa certa, blablablá. Até que ele falou que preferia estar com uma pessoa mais experiente. Passou um tempão, antes que me envolvesse com outra pessoa. Eu gostava do rapaz, mas nem tanto quanto do outro. E a mesma coisa, quando chegou na hora dos finalmente, eu contei, mas ele não conseguia...você me entende, né? Tentamos mais umas duas vezes, mas ele não conseguia. Devia ter algum trauma, sei lá.
Você riu:
- Um 'expert' que queria aprender com uma garota experiente e um 'brocha', onde você encontrou esses caras?
- Vai ver que no mesmo lugar onde você encontrou a tal da Cíntia - respondi.
- Me desculpa, querida, não resisti. Essas pessoas pertencem ao passado e devem permanecer lá para sempre. Vamos deixá-las fora de nossas vidas e de nossa cama. Feito?
- Feito.
- Sei que insisti para você me contar, mas devia ter me contido. Depois disso, você não se envolveu com mais ninguém?
- Fechei-me para os relacionamentos. Tranquei meu coração e joguei a chave pela janela. Achei que não daria certo com mais ninguém, não queria saber de outra decepção. Mas alguém achou a chave que joguei fora e conheci um homem maravilhoso.
- E onde está essa maravilha? Vai me dizer que deixou você escapar?
- Não, não me deixou escapar, tanto que estou ao lado dele, em sua cama.
- Mila...
- Meu maravilhoso deus grego!
- Minha maravilhosa deusa do Olimpo, o importante é que agora você está aqui comigo, me fez e me faz o homem mais feliz do mundo, menina. Cada dia com você é uma emoção diferente. Cada dia, eu descubro uma mulher incrível. Eu te amo demais, Camila.
- Você sabe que também amo você, Gustavo. Ouvir você falar do seu amor e estar aqui com você era tudo que eu queria.
Nos beijamos, apaixonadamente. Permanecemos abraçados e adormecemos.
terça-feira, 15 de junho de 2010
O porteiro não estava acostumado a ver você acompanhado, estranhou:
- Está tudo bem, seu Gustavo?
- Sim, tudo ótimo, Antonio.
- Se o senhor precisar de alguma coisa, estou as suas ordens.
- Obrigado, Antonio.
No elevador, senti uma vontade enorme de beijar você, mas notei uma câmera. O tal Antonio devia estar de olho em nós. Me contive, lembrando do nosso primeiro beijo, dentro do elevador. Você me abraçou por trás e me deu um beijo no pescoço.
- Não, Guto. Estamos sendo observados.
- Bobinha! Ele já deve ter visto coisas que a gente nem imagina: beijos, amassos, e sei lá mais o quê.
- Tá bom, mas não precisamos ser os protagonistas.
Ainda abraçado a mim, você falou num tom de voz mais intimista:
- Eu estava lembrando do nosso primeiro beijo, foi no elevador.
- Eu, também, estava lembrando disso. Foi tão bom, mas eu fiquei atordoada com toda aquela situação.
- Se você quiser, eu aperto todos os botões, páro o elevador, apago as luzes e a gente faz um "remake". Quer?
- Não, engraçadinho!
O elevador chegou no seu andar. Você pegou minha mão e me conduziu até a porta do seu apartamento. Abriu a porta. Acendeu a luz do corredor de entrada:
- Primeiro, as damas.
Sua casa era bem arrumadinha para um homem solteiro. Não se via nada fora do lugar. Nada de bagunça. Eu sei que você não me levaria para um lugar que estivesse de pernas pro ar, nem eu esperava um muquifo, bagunçado e mal cheiroso. Tudo simples e de bom gosto. Só havia o necessário, não havia acessórios, adornos, enfeites, apenas móveis dispostos de maneira harmônica. Havia um único porta-retrato, com uma foto de todos da sua família, que ficava na estante, ao lado da televisão.
- Você não vai acender as luzes? - perguntei.
- Não. Se você quiser, acendo todas, arrumo até um holofote para iluminar você, minha querida. É que você tem luz própria para iluminar tudo ao seu redor. Vem.
Você estendeu a mão. Sei que estava ansioso, achei que não precisávamos ter pressa. Sentei-me no sofá.
- Espera.
Você ajoelhou-se na minha frente, pôs suas mãos nos meus joelhos e os acariciou.
- Que foi? Se arrependeu de ter vindo até aqui? Se você quiser ir embora...
- Não. Não quero ir embora, quero ficar.
- Mas o que há? Parece que você está com medo!
- Sim, estou com medo, Guto.
- De mim, amada?
- Não, meu querido, de mim. Eu nunca quiz tanto alguém como eu quero você. Eu nunca amei tanto como estou amando você. Estou com medo do que estou sentindo. É tão forte e intenso que me assusta!
Você deslizou suas mãos pelas minhas pernas e tirou meus sapatos. Sentou-se ao meu lado, no sofá, e puxou minhas pernas para cima das suas. Fixou seus olhos nos meus.
- Eu acalmaria você se confessasse que tinha medo de sentir o que sinto agora?
- Como assim?
- Depois... você sabe, eu não quiz me envolver, seriamente, com ninguém. Mesmo quando conheci você, não estava levando à sério. Você é quase dez anos mais nova que eu, achava que você só queria curtir com um cara mais velho. Convivendo com você, dia após dia, conhecendo você como eu conheço hoje, eu fui me soltando. E, quando me dei conta, já estava envolvido e apaixonado por você. Aos poucos, você me conquistou. Você é especial e importante para mim. Esse sentimento que bate forte dentro de você, também acontece comigo.
- Por que não me falou?
- Tinha receio de parecer ridículo, piegas. Senti o seu receio de não estar sendo correspondida em seu amor. Eu, também, tinha o mesmo receio. Você sabe, gato escaldado tem medo de água fria.
- Guto, você duvidou do meu amor?
- Confesso que, no início, sim, Mila. Eu não tinha certeza o quanto você me amava e o quanto eu era importante na sua vida. Acho que você, também, ficou nessa incerteza comigo, por isso não falava do seu sentimento, nem eu do meu. Hoje, eu sei o que você sente por mim.
- Você tem razão. Há pouco tempo, comecei a ter certeza do seu amor por mim, mesmo você não falando nada.
Você me puxou para cima de suas pernas, eu passei meu braço envolta do seu pescoço.
- Eu amo você, Mila. Você entrou na minha vida, como quem não quer nada e derreteu meu coração de gelo.
Sorri:
- Eu ouvi, algumas vezes, que o gelo estava derretendo e não entendia. Agora, compreendo.
- Está tudo bem, seu Gustavo?
- Sim, tudo ótimo, Antonio.
- Se o senhor precisar de alguma coisa, estou as suas ordens.
- Obrigado, Antonio.
No elevador, senti uma vontade enorme de beijar você, mas notei uma câmera. O tal Antonio devia estar de olho em nós. Me contive, lembrando do nosso primeiro beijo, dentro do elevador. Você me abraçou por trás e me deu um beijo no pescoço.
- Não, Guto. Estamos sendo observados.
- Bobinha! Ele já deve ter visto coisas que a gente nem imagina: beijos, amassos, e sei lá mais o quê.
- Tá bom, mas não precisamos ser os protagonistas.
Ainda abraçado a mim, você falou num tom de voz mais intimista:
- Eu estava lembrando do nosso primeiro beijo, foi no elevador.
- Eu, também, estava lembrando disso. Foi tão bom, mas eu fiquei atordoada com toda aquela situação.
- Se você quiser, eu aperto todos os botões, páro o elevador, apago as luzes e a gente faz um "remake". Quer?
- Não, engraçadinho!
O elevador chegou no seu andar. Você pegou minha mão e me conduziu até a porta do seu apartamento. Abriu a porta. Acendeu a luz do corredor de entrada:
- Primeiro, as damas.
Sua casa era bem arrumadinha para um homem solteiro. Não se via nada fora do lugar. Nada de bagunça. Eu sei que você não me levaria para um lugar que estivesse de pernas pro ar, nem eu esperava um muquifo, bagunçado e mal cheiroso. Tudo simples e de bom gosto. Só havia o necessário, não havia acessórios, adornos, enfeites, apenas móveis dispostos de maneira harmônica. Havia um único porta-retrato, com uma foto de todos da sua família, que ficava na estante, ao lado da televisão.
- Você não vai acender as luzes? - perguntei.
- Não. Se você quiser, acendo todas, arrumo até um holofote para iluminar você, minha querida. É que você tem luz própria para iluminar tudo ao seu redor. Vem.
Você estendeu a mão. Sei que estava ansioso, achei que não precisávamos ter pressa. Sentei-me no sofá.
- Espera.
Você ajoelhou-se na minha frente, pôs suas mãos nos meus joelhos e os acariciou.
- Que foi? Se arrependeu de ter vindo até aqui? Se você quiser ir embora...
- Não. Não quero ir embora, quero ficar.
- Mas o que há? Parece que você está com medo!
- Sim, estou com medo, Guto.
- De mim, amada?
- Não, meu querido, de mim. Eu nunca quiz tanto alguém como eu quero você. Eu nunca amei tanto como estou amando você. Estou com medo do que estou sentindo. É tão forte e intenso que me assusta!
Você deslizou suas mãos pelas minhas pernas e tirou meus sapatos. Sentou-se ao meu lado, no sofá, e puxou minhas pernas para cima das suas. Fixou seus olhos nos meus.
- Eu acalmaria você se confessasse que tinha medo de sentir o que sinto agora?
- Como assim?
- Depois... você sabe, eu não quiz me envolver, seriamente, com ninguém. Mesmo quando conheci você, não estava levando à sério. Você é quase dez anos mais nova que eu, achava que você só queria curtir com um cara mais velho. Convivendo com você, dia após dia, conhecendo você como eu conheço hoje, eu fui me soltando. E, quando me dei conta, já estava envolvido e apaixonado por você. Aos poucos, você me conquistou. Você é especial e importante para mim. Esse sentimento que bate forte dentro de você, também acontece comigo.
- Por que não me falou?
- Tinha receio de parecer ridículo, piegas. Senti o seu receio de não estar sendo correspondida em seu amor. Eu, também, tinha o mesmo receio. Você sabe, gato escaldado tem medo de água fria.
- Guto, você duvidou do meu amor?
- Confesso que, no início, sim, Mila. Eu não tinha certeza o quanto você me amava e o quanto eu era importante na sua vida. Acho que você, também, ficou nessa incerteza comigo, por isso não falava do seu sentimento, nem eu do meu. Hoje, eu sei o que você sente por mim.
- Você tem razão. Há pouco tempo, comecei a ter certeza do seu amor por mim, mesmo você não falando nada.
Você me puxou para cima de suas pernas, eu passei meu braço envolta do seu pescoço.
- Eu amo você, Mila. Você entrou na minha vida, como quem não quer nada e derreteu meu coração de gelo.
Sorri:
- Eu ouvi, algumas vezes, que o gelo estava derretendo e não entendia. Agora, compreendo.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Você entendeu que seria melhor deixar a poeira baixar. Nada como colocar a cabeça no travesseiro para os pensamentos entrarem no lugar. Uma noite de sono faria bem para nós dois. Você havia ficado muito irritado com a visita inesperada daquela mulher. Tentou esconder sua irritação de mim, mas eu percebi. Acho que, se você pudesse, a teria jogado pela janela. Senti, pela sua voz, ao falar com ela, que você não tinha nenhum sentimento por ela. Nem raiva, ódio, mágoa pela traição, nem restava qualquer sentimento de carinho que você havia sentido, um dia, por ela. Simplesmente, ela deixou de existir pra você.
Nos últimos dias, comecei a ter certeza do seu amor por mim. Por tudo que acontecera, tudo que você dissera. Estava claro para mim. Você estava falando o que sentia, abrindo seu coração. O quê, antes parecia difícil, quase impossível, já não era mais. Você estava conseguindo expressar o que sentia. Antes, você parecia uma pessoa incapaz de demonstrar seus sentimentos, ainda mais na presença de outras pessoas. Tudo isso me deixava insegura. Eu não sabia se você estava comigo por estar ou se gostava mesmo de mim. Você havia mudado. Já não tinha receio de demonstrar o quê sentia, nem na presença de outras pessoas.
Lembrei-me da tal estória do gelo estar derretendo. Será que todos referiam-se a você? A você ter endurecido a ponto de ficar com o coração como um "iceberg"? Ninguém me explicava, mas eu começava a entender. Sorri e tive um pensamento típico da Bia: nós vamos pegar esse gelo, fazer uma batida de limão e encher o latão.
À noite, você foi me buscar. Eu já estava arrumada, mas para valorizar o conteúdo, demorei uns minutinhos a mais. Só para deixá-lo esperando. Enquanto isso, você conversava com minha mãe, que queria saber da sua irmã.
Entrei na sala, linda e maravilhosa, num vestido vermelho, dei-lhe um rápido 'selinho' e perguntei:
- Podemos ir?
- Tomem cuidado vocês dois, a cidade está muito perigosa. - recomendou Dona Carol.
No elevador, você me abraçou e disse baixinho no meu ouvido:
- Você está linda, Mila. Onde quer ir?
- Estou nas suas mãos. Vou onde você me levar. Não sei, mas nesta semana, você havia me convidado para ir ao restaurante em que almoçamos quando saímos pela primeira vez. Eu acho que...
- Perfeito. É um lugar agradável e perfeito para nós dois.
O local ficava diferente à noite. Luzes artificiais incidiam no jardim, deixando um agradável clima romântico. E aquele aroma verde de flores, ervas e grama pairava no ar. A noite estava clara, lua cheia e céu estrelado. Pura magia. Romantismo típico para casais apaixonados. Negócios e família, só na hora do almoço.
Você estava mais carinhoso e atencioso. Não comentamos o que havia acontecido durante a semana. Parecia que havíamos selado um pacto silencioso entre nós, em não comentar os acontecimentos da semana que nos aborreceram. Aquela noite era só nossa. Nenhum assunto, nem ninguém estaria entre nós. Nossos olhos expressavam o que nossos lábios não falavam. Ao final do jantar, você acariciou uma de minhas mãos:
- Vamos?
Retirei minha mão, delicadamente, da sua e entrelacei meus dedos nos seus:
- Sim, vamos.
- Você não sabe pra onde! - brincou.
- Sim, eu sei. E mesmo que não soubesse, hoje eu só quero estar com você. Seja onde for.
Você apertou meus dedos entre os seus e deu um beijo no dorso da minha mão. Deixamos o restaurante e seguimos para o seu apartamento.
Nos últimos dias, comecei a ter certeza do seu amor por mim. Por tudo que acontecera, tudo que você dissera. Estava claro para mim. Você estava falando o que sentia, abrindo seu coração. O quê, antes parecia difícil, quase impossível, já não era mais. Você estava conseguindo expressar o que sentia. Antes, você parecia uma pessoa incapaz de demonstrar seus sentimentos, ainda mais na presença de outras pessoas. Tudo isso me deixava insegura. Eu não sabia se você estava comigo por estar ou se gostava mesmo de mim. Você havia mudado. Já não tinha receio de demonstrar o quê sentia, nem na presença de outras pessoas.
Lembrei-me da tal estória do gelo estar derretendo. Será que todos referiam-se a você? A você ter endurecido a ponto de ficar com o coração como um "iceberg"? Ninguém me explicava, mas eu começava a entender. Sorri e tive um pensamento típico da Bia: nós vamos pegar esse gelo, fazer uma batida de limão e encher o latão.
À noite, você foi me buscar. Eu já estava arrumada, mas para valorizar o conteúdo, demorei uns minutinhos a mais. Só para deixá-lo esperando. Enquanto isso, você conversava com minha mãe, que queria saber da sua irmã.
Entrei na sala, linda e maravilhosa, num vestido vermelho, dei-lhe um rápido 'selinho' e perguntei:
- Podemos ir?
- Tomem cuidado vocês dois, a cidade está muito perigosa. - recomendou Dona Carol.
No elevador, você me abraçou e disse baixinho no meu ouvido:
- Você está linda, Mila. Onde quer ir?
- Estou nas suas mãos. Vou onde você me levar. Não sei, mas nesta semana, você havia me convidado para ir ao restaurante em que almoçamos quando saímos pela primeira vez. Eu acho que...
- Perfeito. É um lugar agradável e perfeito para nós dois.
O local ficava diferente à noite. Luzes artificiais incidiam no jardim, deixando um agradável clima romântico. E aquele aroma verde de flores, ervas e grama pairava no ar. A noite estava clara, lua cheia e céu estrelado. Pura magia. Romantismo típico para casais apaixonados. Negócios e família, só na hora do almoço.
Você estava mais carinhoso e atencioso. Não comentamos o que havia acontecido durante a semana. Parecia que havíamos selado um pacto silencioso entre nós, em não comentar os acontecimentos da semana que nos aborreceram. Aquela noite era só nossa. Nenhum assunto, nem ninguém estaria entre nós. Nossos olhos expressavam o que nossos lábios não falavam. Ao final do jantar, você acariciou uma de minhas mãos:
- Vamos?
Retirei minha mão, delicadamente, da sua e entrelacei meus dedos nos seus:
- Sim, vamos.
- Você não sabe pra onde! - brincou.
- Sim, eu sei. E mesmo que não soubesse, hoje eu só quero estar com você. Seja onde for.
Você apertou meus dedos entre os seus e deu um beijo no dorso da minha mão. Deixamos o restaurante e seguimos para o seu apartamento.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
A Sandrinha estava sozinha, Dr. Arnaldo e Dr. Felício já haviam ido embora. Não tinha nada para fazer. Resolvi fazer uma visita surpresa pra você. Dirigi-me para o hall, apertei o botão para chamar o elevador. A porta abriu-se. No interior, um senhor de terno, meia idade, e uma mulher, balzaquiana, estatura média, cabelos loiros com mechas, vestido preto, justo, saltos altos, chamaram minha atenção. A princípio, pensei que estivessem juntos, mas ele desceu, apenas, um andar acima.
A mulher parecia ansiosa. Ela desceu no mesmo andar que eu. Alguma coisa me dizia para deixá-la ir na frente. Queria ver onde ela iria. Disfarcei e fiz que arrumava alguma coisa no sapato. Não fiquei surpresa quando ela entrou no complexo onde ficava seu escritório. Diminui o passo e entrei atrás dela, o suficiente para saber quem ela procurava:
- Boa tarde, o senhor Gustavo está?
Ana Maria, a recepcionista, me viu. Ela sabia do nosso relacionamento. Ela era amiga da Sandrinha e sempre almoçavam juntas, pondo as fofocas em dia.
- Dra. Camila...
Fiz um sinal para ela e disse:
- Pode atendê-la, não estou com pressa, Ana.
A Ana era esperta, entendeu que eu queria saber quem era aquela mulher que procurava pelo meu namorado.
- Pois não, a quem devo anunciar? O senhor Gustavo aguarda a senhora?
- Não, mas diga-lhe que Cíntia quer falar com ele.
Quando ela disse o nome dela, fiquei indignada. Depois de tudo o que ela aprontou, ainda tinha coragem de procurá-lo? Qual a intenção dela, de estar ali, vestida daquele jeito? Será que ela sempre vestia-se assim? Ou seria para impressionar o Gustavo e ver se ele ainda sentia uma pontinha de interesse por ela? Seria a primeira vez que o procurava? Ou havia outras vezes? Aguçou minha curiosidade e minha raiva.
Aninha sentiu que alguma coisa não estava se encaixando. Fingiu tentar o interfone. E, com a desculpa de que você não estava na sala, adentrou pelo corredor para informá-lo que sua 'ex' estava lá procurando por você, e eu, também. Logo, em seguida, você apareceu. Olhou a mulher com frieza. Eu havia sentado numa poltrona ao lado da mesa da recepcionista.
- Desculpe-me, Gustavo, aparecer assim, sem avisar. Mas, se eu avisasse, sei que você não me receberia.
- Se você sabia, por que insistiu em vir assim mesmo?
- Nossa! Não precisa me tratar assim! Só estou aqui porque, talvez, você possa me ajudar. Pelos velhos tempos.
- Não existe velhos tempos e não acredito que eu possa ajudar em alguma coisa. O que você ainda quer de mim?
- Estou desempregada. Não vim aqui para pedir emprego, mas preciso de referências.
Eu estava na minha, só observando o desenrolar da conversa. Percebi que você já estava ficando irritado, mas contendo-se a todo custo. Aquela conversa podia tirar você do sério a qualquer momento. Quando ela lhe pediu referências, não resisti, minha língua foi mais rápida:
- E aquele senhor, vinte anos mais velho que você, que era seu chefe e amante, não poderia dar-lhe essas referências que precisa?
Todos voltaram-se para mim. Você ficou surpreso em saber que eu já sabia de tudo. Cíntia, intrigada e irritada com a minha intromissão, indagou:
- E essa aí, quem é?
- Essa aí, não. Não me iguale a você.
- É, menina, você precisa aprender muita coisa para ser igual a mim.
- Ser traíra, infiel, dissimulada, interesseira, mau caráter... Moça, na escola que você estudou, quero passar bem longe. Nisso, nunca serei igual a você.
- Gustavo, você não fala nada? - Cíntia buscou por seu apoio.
- Tudo o que eu tinha para falar pra você, eu já falei. Pedi pra me esquecer e não me procurar nunca mais.
Eu queria falar muito, mas apenas acrescentei:
- Você tinha tudo pra ser uma mulher muito feliz, ao lado de um homem maravilhoso, que te amava, mas jogou sua felicidade no lixo a troco de nada. Agora é tarde para chorar o leite derramado.
- Quem é você, garota?
- Ela é tudo que você jamais foi, e muito mais. Nem que você se esforçasse, chegaria a ser um décimo dessa pessoa maravilhosa. - você respondeu, olhando-me com carinho, antes que eu pudesse falar alguma coisa.
Cíntia entendeu que algo muito forte, intenso e especial nos unia. Entendeu que havia cometido um erro em procurar você. Não era benvinda, nem por você e, pelo que ela entendeu, nem por sua 'garota'. Só restava, então, ir embora. Desculpei-me com a Aninha pelo bate-boca que ela havia presenciado. Você, também, desculpou-se. Fomos para sua sala. Você rompeu o silêncio que pairava entre nós:
- Quem contou pra você?
- Não importa quem contou.
- Eu não imaginava que você soubesse. Por que você nunca me falou?
- Porque esperava que você me contasse.
- Não é fácil para um homem falar que foi traído.
- Eu sei e compreendo você.
- Ficou magoada comigo por não ter te contado?
- Não,... não sei,... eu esperava que você me contasse... Não foi legal o quê aconteceu, e como aconteceu.
- Me perdoa, Mila. Eu queria contar para você, mas não sabia como começar.
- Tá.
- Quer ir pra outro lugar, pra gente conversar?
- Não, estou cansada. Quero ir para casa. Amanhã será outro dia, gostaria de estar com você, pode ser?
- Claro, eu quero estar sempre com você. Amanhã, estaremos decansados e com a cabeça 'clean'. Vou levá-la para casa.
Era muita coisa para um dia. O almoço com o Carlos. A visita na emissora e a conversa com os colegas do Carlos. Os novos rumos profissionais que daria na minha vida. O aparecimento da ex do Gustavo, pedindo favor. Minha 'discussão' com ela. O Gustavo ficar sabendo que eu já sabia de tudo, sendo que eu esperava que ele me contasse. Eu ter certeza do que ele sentia por mim. Muita informação para um só dia.
A mulher parecia ansiosa. Ela desceu no mesmo andar que eu. Alguma coisa me dizia para deixá-la ir na frente. Queria ver onde ela iria. Disfarcei e fiz que arrumava alguma coisa no sapato. Não fiquei surpresa quando ela entrou no complexo onde ficava seu escritório. Diminui o passo e entrei atrás dela, o suficiente para saber quem ela procurava:
- Boa tarde, o senhor Gustavo está?
Ana Maria, a recepcionista, me viu. Ela sabia do nosso relacionamento. Ela era amiga da Sandrinha e sempre almoçavam juntas, pondo as fofocas em dia.
- Dra. Camila...
Fiz um sinal para ela e disse:
- Pode atendê-la, não estou com pressa, Ana.
A Ana era esperta, entendeu que eu queria saber quem era aquela mulher que procurava pelo meu namorado.
- Pois não, a quem devo anunciar? O senhor Gustavo aguarda a senhora?
- Não, mas diga-lhe que Cíntia quer falar com ele.
Quando ela disse o nome dela, fiquei indignada. Depois de tudo o que ela aprontou, ainda tinha coragem de procurá-lo? Qual a intenção dela, de estar ali, vestida daquele jeito? Será que ela sempre vestia-se assim? Ou seria para impressionar o Gustavo e ver se ele ainda sentia uma pontinha de interesse por ela? Seria a primeira vez que o procurava? Ou havia outras vezes? Aguçou minha curiosidade e minha raiva.
Aninha sentiu que alguma coisa não estava se encaixando. Fingiu tentar o interfone. E, com a desculpa de que você não estava na sala, adentrou pelo corredor para informá-lo que sua 'ex' estava lá procurando por você, e eu, também. Logo, em seguida, você apareceu. Olhou a mulher com frieza. Eu havia sentado numa poltrona ao lado da mesa da recepcionista.
- Desculpe-me, Gustavo, aparecer assim, sem avisar. Mas, se eu avisasse, sei que você não me receberia.
- Se você sabia, por que insistiu em vir assim mesmo?
- Nossa! Não precisa me tratar assim! Só estou aqui porque, talvez, você possa me ajudar. Pelos velhos tempos.
- Não existe velhos tempos e não acredito que eu possa ajudar em alguma coisa. O que você ainda quer de mim?
- Estou desempregada. Não vim aqui para pedir emprego, mas preciso de referências.
Eu estava na minha, só observando o desenrolar da conversa. Percebi que você já estava ficando irritado, mas contendo-se a todo custo. Aquela conversa podia tirar você do sério a qualquer momento. Quando ela lhe pediu referências, não resisti, minha língua foi mais rápida:
- E aquele senhor, vinte anos mais velho que você, que era seu chefe e amante, não poderia dar-lhe essas referências que precisa?
Todos voltaram-se para mim. Você ficou surpreso em saber que eu já sabia de tudo. Cíntia, intrigada e irritada com a minha intromissão, indagou:
- E essa aí, quem é?
- Essa aí, não. Não me iguale a você.
- É, menina, você precisa aprender muita coisa para ser igual a mim.
- Ser traíra, infiel, dissimulada, interesseira, mau caráter... Moça, na escola que você estudou, quero passar bem longe. Nisso, nunca serei igual a você.
- Gustavo, você não fala nada? - Cíntia buscou por seu apoio.
- Tudo o que eu tinha para falar pra você, eu já falei. Pedi pra me esquecer e não me procurar nunca mais.
Eu queria falar muito, mas apenas acrescentei:
- Você tinha tudo pra ser uma mulher muito feliz, ao lado de um homem maravilhoso, que te amava, mas jogou sua felicidade no lixo a troco de nada. Agora é tarde para chorar o leite derramado.
- Quem é você, garota?
- Ela é tudo que você jamais foi, e muito mais. Nem que você se esforçasse, chegaria a ser um décimo dessa pessoa maravilhosa. - você respondeu, olhando-me com carinho, antes que eu pudesse falar alguma coisa.
Cíntia entendeu que algo muito forte, intenso e especial nos unia. Entendeu que havia cometido um erro em procurar você. Não era benvinda, nem por você e, pelo que ela entendeu, nem por sua 'garota'. Só restava, então, ir embora. Desculpei-me com a Aninha pelo bate-boca que ela havia presenciado. Você, também, desculpou-se. Fomos para sua sala. Você rompeu o silêncio que pairava entre nós:
- Quem contou pra você?
- Não importa quem contou.
- Eu não imaginava que você soubesse. Por que você nunca me falou?
- Porque esperava que você me contasse.
- Não é fácil para um homem falar que foi traído.
- Eu sei e compreendo você.
- Ficou magoada comigo por não ter te contado?
- Não,... não sei,... eu esperava que você me contasse... Não foi legal o quê aconteceu, e como aconteceu.
- Me perdoa, Mila. Eu queria contar para você, mas não sabia como começar.
- Tá.
- Quer ir pra outro lugar, pra gente conversar?
- Não, estou cansada. Quero ir para casa. Amanhã será outro dia, gostaria de estar com você, pode ser?
- Claro, eu quero estar sempre com você. Amanhã, estaremos decansados e com a cabeça 'clean'. Vou levá-la para casa.
Era muita coisa para um dia. O almoço com o Carlos. A visita na emissora e a conversa com os colegas do Carlos. Os novos rumos profissionais que daria na minha vida. O aparecimento da ex do Gustavo, pedindo favor. Minha 'discussão' com ela. O Gustavo ficar sabendo que eu já sabia de tudo, sendo que eu esperava que ele me contasse. Eu ter certeza do que ele sentia por mim. Muita informação para um só dia.
Assinar:
Postagens (Atom)