quinta-feira, 27 de maio de 2010

A semana havia sido muito cansativa, muitos acontecimentos, sentimentos intensos e eu estava ansiosa por um encontro que poderia mudar o rumo da minha vida. Não que fosse mudar completamente, mas me ajudaria a tomar a decisão que estava adiando. Teria uma direção a seguir, ajudaria a clarear minhas idéias. Cheguei cedo no restaurante e fiquei no bar, aguardando meu amigo. Eu sabia que ele poderia atrasar-se, mas não foi o que aconteceu.
- Camila, minha querida amiga, que bom que poderemos conversar!
- Carlos Santana, não é todo mundo que tem um amigo que aparece todo dia, na tv, em horário nobre, não é?
- Você está mais bonita que no tempo da faculdade, sabia, doutora? Como o amor deixa as mulheres mais bonitas!
- Por que diz isso?
- Eu estava trabalhando no dia do sequestro, mas vi você com aquele moreno, alto, bonito e sensual. Vai dizer que ele não é seu namorado?
- Olho de repórter, hein? É meu namorado, sim.
- Tá vendo?
- E você? Na última vez que conversamos, você me contou que tinha ido morar com a Marcinha.
- É, mas ela foi para Londres, ser correspondente, e eu fiquei a ver navios. Tudo bem, deixa pra lá, o importante é que ainda somos amigos. Às vezes, nos falamos por telefone ou pela internet.
- Ainda bem que ficou a amizade.
- Bom, mas que estória é essa de querer largar a profissão, doutora?
- Você descobriu cedo que não tinha nada a ver com o Direito, eu acho que persisti no erro. Gostava de algumas coisas, mas não da maioria. Na prática, é uma profissão muito chata, muito brocrática, não combina comigo. Admiro as pessoas que abraçam as carreiras jurídicas, mas não é a minha cara, não tenho o perfil.
- Você poderia ser jornalista, sabia? Você escreve tão bem! Eu me lembro que você escreveu toda a estória daquele júri simulado que você e seu grupo tiveram de fazer. Foi muito bom! E que estória!
- Eu só gosto de escrever, mas sair atrás de notícias, fazer reportagens malucas, perigosas, sensacionalistas, ou sei lá mais o quê, também não é a minha cara. Eu, por exemplo, nunca iria entrevistar aquele sequestrador, como você.
- Depois de almoçarmos, vou levar você até a redação da emissora. Só pra você conhecer, quem sabe você se anima?!
- Vou adorar conhecer esse ambiente de trabalho, porque é novo para mim, diferente, mas não é o que quero, ainda.
- Vamos ver!
Conheci a redação da emissora, os colegas de profissão de Carlos e cada um falou os prós e os contras da profissão. Cada vez mais, tinha certeza que não queria aquela vida de doidos para mim. Alguma coisa já começava a desenhar na minha mente. Conversei com Carlos e ele disse que me daria total apoio, e me ajudaria no que pudesse. Despedimo-nos e voltei para o escritório.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sorri, ao ver você bem.
- Gosto de ver você assim.
- Acho que você fez algum feitiço pr'aquele remédio fazer efeito rápido. Pouco depois que cheguei no escritório, já não estava sentindo mais nada.
- Não falei que você iria melhorar? Não doeu nada.
- Você falou, minha bruxinha. É que eu não gosto de tomar remédio.
- Ninguém gosta, mas, às vezes, é preciso.
Fomos ao shopping novamente. Dessa vez, sem imprevistos. Compramos um lindo presente para Denise. Passamos numa confeitaria para levarmos um gostoso bolo de massa folhada com creme de baunilha e chantilly, o preferido de sua irmã. Era um jantar familiar, dei-me conta que, as únicas pessoas que não faziam parte do clã, eram eu e o Alex, o namorado da Dê. Por um instante me senti constrangida. Depois, relaxei. Todos me tratavam como se me conhecessem há anos, eu estava integrada na sua família, como você na minha.
Quando conversava com sua irmã, ou outro membro da sua família, sentia seu olhar me observando. Quando você se distraia, eu é que ficava observando você. Seu irmão Augusto, perspicaz, notou nosso jogo de olhares. Aproximou-se de mim e perguntou:
- Até quando vocês vão ficar fazendo esse jogo? Até o gelo virar água?
- Quê? Não entendi, o quê você quer dizer?
- Deixa quieto!
Fiquei sem entender. Mais uma vez, eu ouvia falar em gelo e não entendia. Ninguém me explicava. Eu não ia sair perguntando pra todo mundo. Quem não soubesse o que era, como eu, iria achar que eu estava meio maluca. Mais cedo ou mais tarde, eu descobriria.
Ao final do jantar, todos surpreenderam-se com o presente que Alex deixou para dar para a namorada, após a sobremesa: um lindo anel de ouro. Fez o pedido formal para Seu Otávio e firmou noivado com Denise.
Dona Isabel, muito emotiva, desmanchou-se em lágrimas. Seu Otávio, como todo pai zeloso com a filha, começou a dar recomendações para o jovem. Seu irmão parabenizou o casal e não perdeu a chance de alfinetar você:
- Olha aí, maninho, a caçulinha da família nos passou a perna. Eu pensei que você fosse o primeiro a desencalhar. Daqui a pouco, você vai passar da idade...
- Vai ver se estou na esquina, Augusto.
- Gustavo, Augusto, Denise, Alex, Camila, mamãe, venham todos aqui - chamou Seu Otávio - Este momento merece um brinde, meus filhos. Vamos brindar a felicidade e ao futuro de vocês. Que todos vocês sejam muitos felizes! Isso já fará a minha felicidade e a da mamãe.
Você me abraçou pela cintura com uma das mãos e brindamos com todos. Aproximei-me mais de você e me aconcheguei em seu peito. Seu pai nos olhava com um sorriso de aprovação. Ouvi o Augusto falar baixinho pra sua mãe:
- Acho que o único que vai ficar encalhado sou eu!
Foi uma noite muito agradável. Com o carinho da família e o amor do, agora, noivo, Denise parecia estar superando bem o acontecido. Ninguém tocou no assunto. Num dia festivo, não havia quem ousasse lembrar um fato ruim. Como sempre, você me deixou em casa. Você me adiantou que não poderia almoçar comigo, no dia seguinte. Respirei aliviada, porque teria um encontro, na hora do almoço, que ajudaria na minha decisão de abandonar o Direito. Porém, só queria contar a você, depois que tomasse minha decisão. Não queria sofrer nenhuma influência. Uma vez tomada, essa decisão seria irreversível.

sábado, 15 de maio de 2010

Ledo engano. Dormi como uma pedra. Acordei diferente, me sentia outra pessoa. Arrumei-me com esmero, iria jantar com sua família, era aniversário da Denise. Já tinha comprado um presente para ela e sabia que você queria presenteá-la com algo especial, principalmente depois do que ela passara. Liguei pra você:
- Bom dia, querido. Conseguiu descansar?
- Um pouco.
- O que foi? Você não está legal.
- Acordei com um pouco de dor de cabeça, mas não se preocupe, passa logo. Daqui a pouco, passo aí.
- Então, sobe. Vou lhe dar um comprimido e você toma café com a gente.
- Não precisa. Eu detesto remédio. Vai passar logo.
- O remédio não dói, você nem vai sentir que tomou. Não discuta, estou esperando você.
- Discutir com você é perder na argumentação. Até mais.
Quando você chegou, notava no seu semblante que não estava bem. Minha mãe ficou preocupada, disse que era melhor você não ir trabalhar, até prontificou-se em levá-lo num médico.
- Eu agradeço, Dona Carol. Mas vou melhorar com esse comprimido que sua filha me enfiou garganta abaixo.
- Não reclama, crianção. Você tem de estar bem, hoje à noite. Esqueceu do aniversário da sua irmã?
- Se você chegar na casa de seus pais com essa cara, todo mundo vai pensar que você encheu o latão antes da festa - tascou a Bia.
- Dona Carol, só a senhora me trata com carinho. Olha como suas filhas me tratam?!
- Gustavo, meu filho, todas nós aqui gostamos muito de você. Não leve as brincadeiras das meninas a sério. Na realidade, elas estão preocupadas com você.
Minha irmã era muito palhaça, gostava de brincar com as pessoas.
- Claro que estou preocupada, já pensou se ele morre aqui em casa? Como iremos explicar à polícia que foi, apenas, um comprimido contra dor e não veneno que a Mila deu pra ele?
- Eu não daria veneno pro Guto, Bia sem-graça.
- Eu sei, ele sabe, todos sabemos, mas a polícia não.
- Eu não vou morrer, irmãzinha. E você sabe que não sou de encher o latão, como você disse.
- Parem com isso, vocês estão parecendo um bando de crianças em idade pré-escolar - sentenciou Dona Carol, cansada das brincadeiras.
A palavra de Dona Carol foi uma ordem. Resolvemos ir trabalhar. Disse-lhe que, se quisesse, eu acompanharia você, na hora do almoço, se estivesse bem, para comprar o presente da sua irmã. Você disse que tinha uma reunião antes do almoço e poderia não dar certo. Deixamos para o final do expediente. Passei o dia preocupada com você, mas não queria ficar ligando. No fim do dia, seu aspecto era outro. Nem parecia com o Gustavo que tinha passado em casa de manhã.

domingo, 9 de maio de 2010

A semana começou tranquila, sem grandes novidades, sem tumulto e nenhum acontecimento peculiar. Os comentários de todos, a respeito de todos, os que estavam na casa de seus pais, no domingo, foram muitos. Todos estavam muito à vontade, houve uma grande empatia entre as pessoas. Você me contou que seu pai gostou muito de mim e de saber que eu era advogada e trabalhava com o melhor amigo dele. Nem imaginava ele, que eu não estava me sentindo confortável com tudo o que estava acontecendo no escritório, que estava só empurrando com a barriga, ganhando tempo para tomar uma decisão que iria mudar o curso da minha vida.
Na quarta-feira, você quiz comemorar um contrato difícil que, com sua ajuda, havia sido assinado com sucesso. Iríamos jantar no restaurante que você me levou na primeira vez que saimos juntos. Senti que não era, apenas, uma comemoração por causa do contrato, havia algo mais, que você estava escondendo. O fato de escolher o local onde fomos pela primeira vez já queria dizer alguma coisa.
Como era cedo para irmos para o restaurante, saimos do edifício e fomos até um shopping, comprar um presente para sua irmã, que iria fazer aniversário no dia seguinte. Você me pediu para ajudá-lo a escolher algo especial. Não era tarde, mas já tinha escurecido. Nem chegamos a escolher o presente da Denise, seu telefone tocou. Seu rosto transformou-se, a notícia não era boa.
- Como ela está? Esse desgraçado chegou a fazer alguma coisa? Foi preso? Se ele fez alguma coisa, eu vou arrebentá-lo. Onde estão? Estou indo.
- O quê aconteceu?
- Minha irmã, tentaram estuprá-la no estacionamento, na saída da academia. O namorado dela viu e impediu, desarmou o cara e o prendeu até a chegada da polícia. O nosso jantar vai ficar pra outro dia, querida. Vou deixar você em casa e vou pra delegacia.
- Vou com você pra delegacia.
- Não vou levar você pra uma delegacia.
- Você se esqueceu que sou advogada? Eu posso ser útil. Além do mais, não quero que você faça nenhuma besteira. Vi como ficou. E foram mexer com sua irmã, sei como ela é especial para você.
- Não se trata, apenas, do carinho que tenho por ela. Estupro é abominável. Eu não suporte esses delinquentes que querem pegar mulheres a força... Se acontecesse alguma coisa assim com você, eu mataria o infeliz!
Eu nunca tinha visto você assim. Por um minuto, calei-me e senti que era importante para você. Porém, não era o momento para isso.
- Não vai acontecer nada, meu amor. Vamos, eu vou com você. Me deixa ficar do seu lado, neste momento. E num ambiente tão masculino como uma delegacia, sua irmã pode estar se sentindo constrangida. Se eu for com você, ela não se sentirá tão...
- Tá bom, você venceu.
Quando chegamos no distrito policial, o flagrante já estava sendo registrado, as partes sendo ouvidas, separadamente, pelo delegado e pelo escrivão. Denise estava com seu top de ginástica rasgado no ombro e um leve arranhão se desenhava em seu braço. O tarado tentou arrancar sua roupa, mas num movimento brusco, ela deu um puxão em seu braço e desvencilhou-se. Denise estava com a cabeça apoiada nos ombros largos de Alex, o namorado. Algumas lágrimas persistiam em escorrer de seus olhos. Quando nos viu, baixou os olhos, envergonhada, como se a culpa pelo quê aconteceu fosse dela. Você abraçou-a, carinhosamente:
- Minha menininha, você está bem? Esse infeliz machucou você?
- Não, Guto. Tá tudo bem comigo. Estou assustada com tudo o quê aconteceu. Se não fosse o Alex...não quero nem pensar...
- Gustavo, eu não avisei nada pro seus pais, ainda. Sei que Dona Isabel ficaria muito abalada e quiz preservá-la, por isso liguei pra você.
- Fez bem, Alex. A gente conta quando chegar em casa. E onde está o bandido?
- O delegado está tomando o depoimento dele. Vou avisar você que eu bati um pouquinho nele; estou até com receio que me enquadrem numa agressão.
- Não acredito que façam isso, Alex. Você estava defedendo uma pessoa, que é a sua namorada. E prendeu o indivíduo. Um bandido a menos nas ruas. Eu argumento a seu favor, se surgir essa possibilidade.
- Obrigado, Mila.
Instantes depois, o delegado saiu de sua sala. Logo atrás, dois policiais conduziam um indivíduo magro, cabelo bem curto, algemado. Os olhos estavam quase fechados, inchados, viam-se hematomas por todo o rosto, um corte no lábio inferior, andava com dificuldade. Eu fiquei impressionada com o estado do bandido, ele tinha apanhado bastante. Quando Alex falou que bateu "um pouquinho", não dava para imaginar a situação que tinha ficado o cara. Depois, soubemos que ele, também, havia levado uns sopapos e "cola-brincos" dos policiais.
Alex era um rapaz de estatura mediana, musculoso, praticava artes marciais, cabelos curtos e claros, olhos verdes. Quem o via, a primeira vista, o confundia com um "pittboy". Na realidade, era um rapaz da paz, do bem, não gostava de confusão. Era dono da academia onde Denise trabalhava como orientadora nutricional e, também, praticava seus exercícios.
Depois de lavrado o flagrante, instaurado o inquérito, tomadas todas as medidas de praxe, o que levou horas, fomos todos para casa de seus pais. Seu Otávio ouviu tudo sem pronunciar-se. Já Dona Isabel caiu em prantos diante do que poderia ter acontecido com a filha. Acalmamos a todos, pois a situação já estava resolvida e tudo sob controle. Quando estávamos saindo, Denise me chamou:
- Mila, eu queria agradecer você pela força.
- Você não tem de agradecer. Você passou por uma situção difícil, vai demorar um pouquinho para você superar, mas vai passar. Felizmente, nada de grave aconteceu. Você tem sorte de ter um namorado como Alex. Ele adora você e defenderia você até de uma quadrilha de terroristas.
- Tenho certeza que o Gustavo faria o mesmo por você. Ele teve sorte em ter conhecido você.
- Vou aceitar isso como um elogio, Dê.
- O Guto, como meu irmão mais velho, sempre foi um "paizão" pra mim, sempre me defendeu, sempre me protegeu. Ele é meu ídolo. Minha mãe conta que, quando eu era bebê, ele gostava de tomar conta de mim. Mila, cuida bem dele pra mim!
- Se depender de mim, Denise...
- O quê minhas garotas estão cochichando?
- Coisas de mulher, maninho.
- Vamos, Mila. Vou levá-la pra casa, seus pais devem estar preocupados.
- Sim, senhor. Estou as suas ordens.
- Engraçadinha!
- Eu sei, não sou ave-maria, mas sou cheia de graça.
- Tchau, Dê. Vou levar logo esta chata pra casa. Amanhã, venho ver você.
- Tchau, Dê. Daqui a pouco, seu irmão estará me puxando pelo cabelo...
- Tá me chamando de homem das cavernas?
- É você quem está dizendo.
- Vocês não tem jeito, hein? Guto e Mila, vocês estão se merecendo.
As brincadeiras eram uma forma de descontrair um pouco. Sua irmã ficou muito abalada, claro, quem não ficaria? Ainda bem que nada aconteceu. Você me levou pra casa. Ficou em silêncio durante todo o percurso. Não ousei falar nada, sabia que, o quê havia acontecido com a Denise, havia deixado você muito perturbado. Quando parou o carro em frente de casa, você respirou fundo e reencostou-se no banco. Aproximei-me de você e dei-lhe um beijo no rosto.
- Vai descansar um pouco. Já está tudo bem, procure relaxar...
Você não me deixou terminar, me tomou em seus braços e me beijou. Um beijo diferente, intenso e terno ao mesmo tempo, com carinho, apaixonado. Retribuí, entregando-me a seus lábios. Ficaria assim pelo resto da noite.
- Você não existe, Mila!
- Claro que existo. Quem você acabou de beijar? Um fantasma?
- Você entendeu o quê quiz dizer. Você é muito especial para mim. Precisamos conversar mais sobre nós, você sabe disso.
Assenti com a cabeça. Parece que estávamos na mesma sintonia. Estreitar nosso laço, firmar nossa relação, selar nosso amor. Já não era sem tempo. Pela primeira vez, senti o quão sério você considerava o nosso relacionamento. Pela primeira vez, você demonstrava o quanto gostava de mim. Senti-me especial e muito feliz em estar amando você e sendo amada. Abracei você, acariciei seus cabelos e ofereci meus lábios para um novo beijo. O mundo poderia parar naquele momento. Queria ficar com você, contudo a realidade nos chamava, dizendo que no dia seguinte tínhamos de trabalhar. Sabia que não conseguiria dormir. Um turbilhão de fatos, sentimentos e sensações não me deixaria cair no sono...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Entendi melhor você, depois que soube da sua decepção. Você tinha sonhos, como eu tenho, de construir uma família. Apenas, pecou em escolher a pessoa errada para compartilhar esses sonhos. Vocês não estavam na mesma sintonia. O que ela queria não ficou muito claro para mim, mas me parece que ela só queria levar vantagem, tanto em cima de você, quanto do amante mais velho. Ainda bem que você descobriu a tempo, poderia ter ocorrido um estrago maior. Passou, acabou.
Compreendo seu jeito de ser comigo. Apesar de ser carinhoso, você não fala dos seus sentimentos. Sei que, também, tenho minha parcela de culpa. Sempre fui muito fechada para falar de mim e daquilo que sinto. Empatamos nisso. Precisamos conversar sobre o que sentimos, um pelo outro. Não se trata do famoso "discutir a relação". E sim, abrir o jogo sobre o que sentimos. E eu sei muito bem o que estou sentindo por você. Cada vez mais, estou me apegando a você, gostando mais e mais a cada dia. Um sentimento forte e profundo. Estou mais que apaixonada.
Desde o primeiro dia que vi você, percebi algo diferente em você, algo que deixava você especial. Talvez, isso tenha despertado meu interesse em você. O seu lindo sorriso sempre me encantou e sempre senti sinceridade e espontaneidade quando você sorri para mim. Às vezes, tenho a impressão que você quer expressar mais do que transmite, mas alguma coisa detem você. Será medo de ser incompreendido? Será receio de se arriscar?
Você nem imagina o quão importante tornou-se para mim. Estar ao seu lado é tudo o que eu quero. Cada situação do cotidiano, imagino você comigo. Cada lugar que passo ou que vejo, nos imagino juntos. Cada cena de novela, cada comercial de televisão, cada música que toca no rádio, tudo é motivo para não esquecê-lo, tudo é motivo para imaginar-nos juntos. Você entrou na minha vida, sem pedir licença. Eu não esperava gostar tanto assim de você. Pensei que fosse, apenas, uma paquera inconsequente. Enganei-me.