Augusto atendeu o telefone. Ficou aliviado quando ouviu a voz do irmão:
- Até que enfim, Guto! Estamos todos aqui preocupados com você e a Mila. Inclusive, os pais dela estão aqui em casa, aguardando notícias de vocês.
- Nossa, maninho, que houve? Por que tanta preocupação?
Dona Isabel manifestou-se:
- Onde ele está? Está bem? E a Mila? Deixa eu falar com ele.
Dona Carol ficou na expectativa.
- Calma, mãe. A mamãe está fazendo um interrogatório sobre você e a Mila. Todo mundo está preocupado com vocês. Dr. Arnaldo, Dr. Felício e até aquele jornalista,
amigo da Mila, o Carlos, ligou para a Bia para saber de vocês.
- Nós estamos bem, mas o que houve?
- Onde vocês estão? Em Marte? Você não ficou sabendo do incêndio? - Augusto ficou intrigado.
- Sim, fiquei sabendo a instantes. Mas, o que eu e a Mila temos com isso?
Augusto percebeu que o irmão não sabia. Procurou não fazer alarde:
- O prédio sinistrado é onde você e a Mila trabalham.
Gustavo ficou sem palavras durante um instante.
- Guto, você está aí? O quê aconteceu?
- Augusto, eu não sabia... E a Mila nem sabe que aconteceu um grande incêndio. Estamos no hospital...
- Hospital? Aconteceu alguma coisa com a Mila?
Dona Carol espantou-se:
- Minha filha... o quê aconteceu com ela? Está ferida? É grave?
Ficou angustiada e na expectativa. Augusto fez sinal para Dona Carol ficar calma. Gustavo prosseguiu falando com o irmão:
- Seu sobrinho nasceu, tio Augusto. O Tavinho é um menino lindo e forte. Lindo como a mãe e forte como o pai.
Augusto abriu um sorriso, mas não perdeu a chance de atormentar o irmão mais velho:
- Se você já era babaca, agora tá mais ainda, né, Guto?
Fez sinal para todos ficarem calmos, que estava tudo bem.
- Pode falar o que você quiser. Eu estou babando pelo meu filho, sim.
- Nós iremos todos ver esse guri. Só espero que a Mila não deixe esse pimpolho ficar babaca como o pai.
- Pode falar, eu sei que você deve estar doido para conhecer seu sobrinho!
- Claro, eu e toda a família. Ele não tem culpa pelo pai que tem. - Augusto mudou o tom - Guto, falando sério, toma cuidado quando você for dar a notícia do incêndio pra Mila. Ela acabou de dar à luz, ela pode não passar bem ao saber da tragédia. A Sandrinha ligou há pouco, ela está bem. A Aninha havia saído pr'o almoço, também está bem. Só não temos notícia da moça da recepção do escritório do Dr. Arnaldo. E como já falei, o Dr. Arnaldo e o Dr. Felício estão bem, eles estavam num almoço.
- Certo, Augusto. Vou ser prudente para dar a notícia para a Mila, inclusive vou pedir a presença do médico e da enfermeira, se for o caso. Se puder, avise o Arnaldo e a Sandrinha que estamos bem.
- Pode deixar, daqui a pouco invadiremos o hospital.
sábado, 18 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
As vítimas do incêndio chegavam a todo momento nos hospitais, agitando o atendimento médico. Pessoas com queimaduras, algumas em estado muito grave; outras, intoxicadas pela fumaça; e algumas que passaram mal em ver tal catástrofe.
Em contrapartida, havia um andar, onde o clima era extremamente calmo e agradável; reinava a paz, que só foi quebrada com um choro.
- Parabéns, papai, seu filho é forte e saudável - disse o médico para Gustavo, que assistia o parto de Camila.
Seus olhos não conseguiram conter as lágrimas, quando a enfermeira colocou o recém nascido, já limpo e enroladinho em lençol, nos braços de Mila.
- Amor, nosso filho é lindo, lindo como você.
- Sim, querido, ele é lindo. Estou muito feliz!
A enfermeira interrompeu:
- Vocês terão a vida toda para apreciá-lo, mas agora temos de cuidar da mamãe. Ainda temos de fazer alguns procedimentos antes de você ir para o quarto descansar, se recuperar e se preparar para dar a primeira mamada do garotão. Se o senhor quiser acompanhar o meninão até o berçário, pode. Nós acabaremos aqui e a levaremos para o quarto.
Gustavo estava fascinado com o filho e aceitou a sugestão da enfermeira.
Através do vidro, viu o pequeno ser acomodado no berço. Dois pais, também, babavam por seus filhotes, que eram cuidados dentro do berçário. Um deles, indagou a Gustavo:
- É o seu primeiro?
- Sim, acabou de nascer.
- Logo vi. Quando meu primeiro nasceu, também fiquei bobo. Agora, é o meu quinto filho.
O outro pai entrou na conversa:
- Quinto?
- Sim, na segunda gravidez, vieram três meninas. Não íamos ter mais filhos, mas minha esposa acabou engravidando...
- Quase que não pude chegar para ver minha filhota. A cidade ficou um alvoroço por causa do incêndio. Está uma agitação no PS.
- Que incêndio? - perguntou Gustavo - Eu estava na sala de cirurgia...
- Você não sabe? Um grande incêndio destruiu um prédio comercial. Muitas vítimas, mortos e feridos estão sendo levados para vários hospitais, inclusive este.
- Meu Deus! Que coisa horrível!
- Sim, horrível. Uma coisa eu te digo, meu amigo, é melhor nem falar disso pra tua esposa, já que ela acabou de dar à luz a teu filho. Ela pode ficar impressionada e passar mal.
- É claro, nem vou comentar, afinal o momento é de alegria. Tenho que avisar nossos pais que o netinho acabou de chegar.
- Eles devem estar ansiosos por notícias.
Gustavo não imaginava o quanto.
Em contrapartida, havia um andar, onde o clima era extremamente calmo e agradável; reinava a paz, que só foi quebrada com um choro.
- Parabéns, papai, seu filho é forte e saudável - disse o médico para Gustavo, que assistia o parto de Camila.
Seus olhos não conseguiram conter as lágrimas, quando a enfermeira colocou o recém nascido, já limpo e enroladinho em lençol, nos braços de Mila.
- Amor, nosso filho é lindo, lindo como você.
- Sim, querido, ele é lindo. Estou muito feliz!
A enfermeira interrompeu:
- Vocês terão a vida toda para apreciá-lo, mas agora temos de cuidar da mamãe. Ainda temos de fazer alguns procedimentos antes de você ir para o quarto descansar, se recuperar e se preparar para dar a primeira mamada do garotão. Se o senhor quiser acompanhar o meninão até o berçário, pode. Nós acabaremos aqui e a levaremos para o quarto.
Gustavo estava fascinado com o filho e aceitou a sugestão da enfermeira.
Através do vidro, viu o pequeno ser acomodado no berço. Dois pais, também, babavam por seus filhotes, que eram cuidados dentro do berçário. Um deles, indagou a Gustavo:
- É o seu primeiro?
- Sim, acabou de nascer.
- Logo vi. Quando meu primeiro nasceu, também fiquei bobo. Agora, é o meu quinto filho.
O outro pai entrou na conversa:
- Quinto?
- Sim, na segunda gravidez, vieram três meninas. Não íamos ter mais filhos, mas minha esposa acabou engravidando...
- Quase que não pude chegar para ver minha filhota. A cidade ficou um alvoroço por causa do incêndio. Está uma agitação no PS.
- Que incêndio? - perguntou Gustavo - Eu estava na sala de cirurgia...
- Você não sabe? Um grande incêndio destruiu um prédio comercial. Muitas vítimas, mortos e feridos estão sendo levados para vários hospitais, inclusive este.
- Meu Deus! Que coisa horrível!
- Sim, horrível. Uma coisa eu te digo, meu amigo, é melhor nem falar disso pra tua esposa, já que ela acabou de dar à luz a teu filho. Ela pode ficar impressionada e passar mal.
- É claro, nem vou comentar, afinal o momento é de alegria. Tenho que avisar nossos pais que o netinho acabou de chegar.
- Eles devem estar ansiosos por notícias.
Gustavo não imaginava o quanto.
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