O clima, agora, de alívio, mudou a expressão nos rostos, antes, preocupados. A alegria tomou conta do ambiente com a notícia da chegada do primogênito. Sorrisos abriram-se largamente e a ansiedade era devido à expectativa para conhecer o pequeno Paulo Otávio, ou Tavinho, como já o chamava Gustavo e toda a família.
No quarto do hospital, Camila havia adormecido. Guto aproveitou e foi conversar com o médico sobre o ocorrido. O doutor tomou algumas providências, chamou a enfermeira e a orientou para que ela acompanhasse Gustavo e avisar, se Mila passasse mal.
Assim que Guto adentrou no quarto, seguido pela enfermeira, Mila abriu os olhos, um tanto sonolenta, e perguntou do filho:
- Estou louca para pegar meu bebê, onde ele está?
- Calma, Dona Camila, a senhora vai pegá-lo daqui a pouco para dar de mamar para ele. Ele, também, precisa descansar um pouco. Foi um parto cansativo para ambos, mas daqui a pouco ele acorda com fome.
- Minha querida, como você está?
- Um pouco cansada, amor. Como disse a enfermeira, foi cansativo, mas estou bem.
- Eu quero falar com você, querida. Quero contar algo que aconteceu, enquanto você estava trazendo nosso filho.
- Nossa, Guto! Que cara de tragédia! O que poderia ter acontecido neste dia tão feliz?
- Realmente, Mila, foi uma tragédia! O prédio, onde trabalhávamos, foi consumido por um grande incêndio. E, antes que você se apavore e me pergunte, todos que conhecemos estão bem.
- Deus! Que coisa terrível! Todos estão salvos? Ninguém se feriu?
- Bem... ninguém ainda tem notícias da recepcionista...
- Dona Márcia...
- Sim. O Dr. Felício está tentando buscar informações com seus contatos para ver se descobre alguma coisa.
De repente, Mila estremeceu:
- Amor, se não fosse por nosso filho, poderíamos estar lá...
- Mila, não pense assim! Eu só contei a você porque não queria que ninguém lhe contasse de uma forma lhe assustasse. Hoje é um dia especial para nós. Vamos pensar só no nosso homenzinho. E, falando nele, daqui a pouco os avós e tios estarão aqui para conhecê-lo.
- Querido, você avisou meus pais?
Gustavo achou melhor não comentar a preocupação de toda a família com os dois.
- Os seus pais, os meus, o titio e titias. Pedi para o Augusto avisar, também, o Arnaldo e a Sandra.
Nesse momento, uma outra enfermeira entrou no quarto com um bebezinho enrolado numa manta azul:
- Ele acordou com fome - disse.
- Eis nosso pequeno grande homem - babou Gustavo.
A enfermeira colocou o nenê nos braços de Mila, que o olhava, enternecida. Ela fez um carinho no rostinho da criança com as pontas dos dedos. Ajeitou-se, com a ajuda da enfermeira, desnudou um dos seios e trouxe o bebê para junto do corpo. Guto observava a cena, apaixonado e comovido.
domingo, 9 de janeiro de 2011
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